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terça-feira, 7 de agosto de 2007





















A menina e sua caixinha de sonhos

Há muito tempo, em uma terra distante existia uma menininha. Ela morava no sopé de uma montanha muito linda junto com sua família e muitos animaizinhos. Morena de cabelos cacheados, rostinho redondo e rosado, ela era pura alegria. Brincava, corria pelos prados e olhava o céu. Sua mãe sempre lhe perguntava o que tanto ela procurava e recebia a mesma resposta:

- Eu fico olhando os desenhos das nuvens e sonhando.

Quando fez cinco anos, sua madrinha lhe deu uma caixinha de madeira sextavada linda, toda decorada. A garotinha perguntou o que poderia guardar nela e a madrinha respondeu:

- Guarde o que você quiser.

- Posso guardar meus sonhos dentro dela?

Sua madrinha ficou olhando pensativa por um momento e depois respondeu:

- Pode sim, mas se fizer isso você também vai se comprometer a jamais esquecer deles, seja o que for que acontecer. Pois um sonho esquecido e perdido, não volta mais.

A menina olhou, pensou e decidiu: A caixinha ficaria sempre com ela. A levaria junto consigo por onde andasse, assim não perderia seus sonhos.

O tempo passou, a garota ficou mais velha e em seus devaneios chegou a conclusão que cada sonho que tinha para ser realizado, ela teria que cumprir um desafio e esse desafio seria subir um pouco da montanha. E assim fez. Pequenas caminhadas resultavam em pequenas realizações e ela ficava toda feliz. A caixinha debaixo do braço ia ficando mais vazia e logo ela olhava para o céu novamente e outros sonhos chegavam; caminhadas mais longas também.

Em uma noite de lua cheia, a sonhadora menina estava novamente de cabeça erguida, quando viu uma estrela cadente cortar o céu. Assustada imediatamente fechou seus olhinhos e pensou: Meu maior sonho está indo para dentro da caixinha.

No dia seguinte ela acordou e foi fazer a caminhada na montanha. Achou estranho uma coisa. A caixinha estava tão pesada. A subida estava difícil, ela transpirava, o caminho parecia diferente. Porém seu maior sonho estava lá dentro, ela tinha que se esforçar e cumprir o trajeto. Não conseguiu.
Voltou para casa pensando: Amanhã eu tento de novo.

Durante muitos dias ela pegava sua querida amiga e começava a caminhada, sem conseguir seu intento. Levou muitos tombos, ficou com o joelho ralado. O último tombo a deixou triste, cheia de dores e ela decidiu que ficaria um bom tempo sem voltar a montanha.

Diz a lenda, que ela só voltou a tentar quando era adulta. A seus olhos a montanha já não era tão alta, mas em compensação tinha ficado mais ígreme. A caixinha muito mais pesada, mas mesmo assim resolveu subir. Caminhou bastante, muito mais que antigamente. até que de repente tropeçou. Diferentemente das outras vezes, a caixinha se soltou de suas mãos. Ela, no afã de tentar segurá-la, tropeçou mais uma vez e rolou montanha abaixo junto com sua companheira.

Contam os antigos, que ao parar sua queda, encontrou sua caixinha espedaçada, o sonho partido... E pela primeira vez olhou para o céu e chorou. Há quem diga que até os dias de hoje ela vagueia pelo sopé da montanha com seus sonhos partidos nos braços, pois tem medo de os perder e eles nunca mais retornarem.


Cassia





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