- Direito Autoral -

Eu respeito o dos outros!

Por favor, respeite o meu!

segunda-feira, 27 de agosto de 2007


Eu não sou jornalista, cientista política, advogada, muito menos escritora; embora tenha que confessar o meu atrevimento com as palavras. Mas fico tateando à procura da famigerada inspiração ultimamente, coisa difícil de encontrar, dadas às minhas limitações de talento e também porque o meu único atributo é ser uma cidadã indignada, que lê jornais, assiste televisão e ouve rádio todo santo dia.
Lembro-me de que ao abrir a Folha de São Paulo no começo de junho de 2005, deparei-me com uma entrevista bombástica do então deputado Roberto Jerfferson sobre o pagamento do que ele chamou "mensalão" à inúmeras figuras políticas. Era nitroglicerina pura e fiquei imaginando que se existisse um sensor de calor coletivo, as cores de Brasília seriam iguais ao vermelho alaranjado das explosões solares, sem que isso significasse um acúmulo de pessoas empunhando as bandeiras do partido governamental.
Entretanto, nem nos meus piores pesadelos imaginei, que os desdobramentos daquela entrevista fossem tantos. Até sessões da CPMI galgaram altos índices de audiência na TV Câmara e a população começou aprender o que era "política". Quanta sujeira, Santo Deus! Quantas mentiras deslavadas. A cada dia uma nova trama, uma nova desordem. Bastiões da nova política caindo pulverizados; até parecia fim de encantamento. Ídolos com pés, pernas, braços e caráter de lama fétida sendo expostos à execração pública e ainda sim bradando inocência. E aí a CPMI acabou. Ofereceu denúncia ao Ministério Público contra quarenta pessoas.

É sabido que o povo não tem memória, ainda mais que depois do mensalão vieram outros escândalos sobre tantas outras pessoas. Fica difícil lembrar de tudo e de tanta gente muito menos de procurador, mesmo que seja o Procurador Geral da República.

Acredito que Themis bailou com Zeus no Olimpo semana passada, ao ver um mortal exercer seu poder e pedir a abertura de ação penal contra os quarenta ladrões, que desviaram recursos públicos. Minhas preces são para que a Justiça seja feita, mesmo que demore. Parabéns Dr. Antônio Fernando Barros e Silva de Souza! Parabéns por sua coragem, sua independência. Não o parabenizo por sua honestidade e sei que entende muito bem o porquê. Honestidade não é mérito e sim obrigação, mas o aplaudo em pé por tê-la cumprido com galhardia.

Cassia

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