- Direito Autoral -

Eu respeito o dos outros!

Por favor, respeite o meu!

quarta-feira, 29 de agosto de 2007


Talvez eu sequer consiga expressar aqui toda a minha alegria. Bem provável que muitas coisas deixe de dizer, tamanha é a vibração presente neste meu coração brasileiro. Confesso que estou procurando dois e-mails para transcrevê-los. Só mais uns instantes, por favor.
Este e-mail mandei para José Dirceu em uma noite, quando a minha indignação chegou ao ápice e se não fizesse algo para aplacá-la, acredito que explodiria:

data
19/10/2005 21:07
assunto
O que é você?
enviado por gmail.com

Espero que seus acessores, que lêem seus emails, lhe contem a quantidade de cópias e para quem foram enviadas. Talvez você desça do seu pedestal de arrogância e prepotência e veja o que eu, uma mulher do povo, pensa sobre o que é você. Mas se não ler não tem problema, meu brado de inconformismo e minha cobrança de lealdade para com o povo brasileiro, serão vistos por seus pares, e é isso mesmo que eu quero. Pois são eles que levarão você a perder esse mandato ao qual se agarra e que não honrou.
Você pode tentar todas as instâncias de todos os lugares, você "repelir" todas as acusações, você pode se perder em meio às suas contestações, nesse mar de papeis que gosta de carregar, para proclamar sua inocência. Você pode comprar, você pode intimidar, você pode "negociar". Não existe crime perfeito, mais cedo ou mais tarde vão lhe pegar.
Lembre-se de Al Capone: Não o prenderam por tantas mortes, mas do fisco ele não escapou.

Você não teme nada e nem ninguém, nem mesmo a sua consciência, até porquê você não a tem. Mas tenha certeza, em algum lugar, em algum momento, em algum documento, está a falha que você não conseguiu sanar. Bem capaz que ela esteja bem à frente dos seus olhos, cuja visão é embaçada por essa soberba incomensurável, que faz com que se julgue acima do bem e do mal.
Eu não quero você com imunidade para continuar com seus desmandos. EU SOU O POVO.

O povo que paga os impostos, paga os salários públicos, o povo que elege... Ninguém mais quer você deputado ou o que quer que seja no governo ou em nossa casa.

O povo sofrido, a quem foi sonegado tudo. Educação, saúde, trabalho, vida decente e não sobrevida agonizante. Esse povo quer voltar a ter orgulho do seu país, quer voltar a ter dignidade e tirar de você todos os benefícios de um deputado, é com certeza, um grande passo para que isso aconteça.

São 510 deputados que têm que prestar contas às pessoas que os elegeram em seus estados.
Lembre-se José Dirceu, muitos deles são honestos, são íntegros, legislam em prol das pessoas desse país. Os outros não querem provar nas urnas, o gosto amargo da derrota por lhe apoiar.

O que lhe sobra José?
Palavras de apoio em plenário?
Palavras o vento leva.
O voto é: S..E..C..R..E..T..O
E somente os incautos votarão a seu favor, em nome de um passado.
Porque o passado nada conta, contra a realidade sórdida desse presente.
E por falar em passado... Enquanto você literalmente, dissimulava sua aparência, eu perdi amigos, professores... em uma luta por um país melhor.
As pessoas valem pelo o que são e jamais pelos títulos que ostentam.
Ex guerrilheiro - ex deputado estadual - ex presidente de partido - ex ministro - deputado federal.
E você José Dirceu, o que é você?
Eu sou

Cassia Pereira
CIDADÃ BRASILEIRA
Esse é meu único título. Não está afixado em um quadro na parede da minha casa.
Mas está cravado no meu coração.
Recebi esta resposta:

de
Dep. José Dirceu
24/10/05
para gmail.com
assunto
RES: O que é você?
enviado por
camara.gov.br


Cássia,
Há 150 dias, estou no centro das atenções da opinião pública sob a acusação de ter organizado e coordenado um esquema de corrupção para favorecer parlamentares e partidos que apóiam o governo Lula.
Todos sabem que um político, quando acusado, mesmo injustamente, perde totalmente as garantias e direitos fundamentais que as constituições democráticas estabelecem de forma a defender todos os cidadãos e cidadãs de injustiças promovidas em nome da coletividade. O ônus da prova passa do acusador ao acusado, em uma inversão de valores só admitida no mundo político e nos regimes de exceção.
A denúncia contra um político é como epidemia contagiosa. Feito o cordão de isolamento, quem não provar a condição de saudável está irreversivelmente condenado à segregação. A atividade política, na maior parte do mundo, é vista com repugnância e desprezo por boa parte da sociedade. É considerada um mal necessário, por uns, e até desnecessária, por outros.
Políticos que acumulam poder e reconhecimento social, acumulam, também, ressentimentos, incompreensões, mágoas e ódios despertados pelos mais diversos motivos. Audiências negadas, telefonemas não retornados, convites recusados, a falta de um sorriso ou de um cumprimento, uma pendência não resolvida, o atraso em um compromisso, o esquecimento de um nome ou de uma referência, uma resposta atravessada, um pleito não atendido e outros tantos desentendimentos ou decepções. Difícil quem não tenha motivos para desgostar de alguém com poder. Mesmo que só o faça na solidão de sua consciência.
Por mais justas que sejam as reclamações, muitas vezes os ressentimentos sedimentados contra as pessoas que acumulam poder decorrem da incompreensão ou desconhecimento do acúmulo de pressões, problemas, conflitos e responsabilidades que pesam sobre os ombros de quem ocupa cadeiras estratégicas na estrutura de um governo. Algumas personalidades conseguem resolver melhor esses conflitos, outras, não.
Embora esses sentimentos estejam subjacentes ao meu processo, reconheço que existem razões objetivas para que minha passagem pelo governo seja minuciosamente investigada por todas as instâncias republicanas. Faço questão que todos os casos em que haja qualquer suspeita sobre minha participação em atos ilícitos sejam apurados com rigor, independência e isenção. Tanto no âmbito do Poder Executivo (Polícia Federal, Controladoria Geral da União, Conselho de Ética Pública ou Comissões de Sindicância), como no do Poder Legislativo (Comissões Parlamentares de Inquérito) e do Poder Judiciário.
Dou você o direito à indignação. Mas, somente para efeito deste debate, indignação a que? Ao que a mídia veicula? A mídia e os que me acusam não conseguem demonstrar os males que eu teria causado. Não tenho direito à dúvida? Não tenho direito à defesa? Eu tenho que ser cassado? Por quê? Este porque, até agora não surgiu. E não surgirá.
Por mais que estejas indignada, o fato é que sou inocente das acusações que me fazem. E vou continuar me defendendo, sempre.
José Dirceu


Inocente... Inocentes. .. Não são e nunca foram. E ontem este país começou a respirar um pouco melhor, porque o ar recebeu o odor da dignidade, graças a Deus!

Cassia

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